Atletismo - Crónica de um maratonista de Berlim

 

...chegámos ao anoitecer, tempo ameno e a propósito.

Sexta-feira- foi dia de uma 1ª abordagem , em ritmo de treino,à mítica Brandenburg gate.

    O ambiente era de grande azáfama na montagem de respectiva logística. Pudera, o evento

assim o exigia.

Sábado--encontro de comunidades:

    -um pouco de todo o mundo estava representado:

  -as bandeiras ondulando ao ritmo do suave vento, assim o indicavam:Japão, Rússia,Vladivostock, o outro lado do mundo, Canadá,Austrália, Inglaterra, Brasil,Portugal, pois então, etc etc.

 O alvo dessa manhã, que acordou solarenga,era o histórico Olimpic Statium of Berlin.

 Hitler,a história não se apaga, havia-o usado em 1936 para propagandear a sua terrível máquina de guerra.

  Percorridos os cerca de 6 kms em grande animosidade.

 A chegada ao referido palco, foi algo de emocionante,

 A história, outra vez ela, mas bastante mais recente, refere que, aqui mesmo, Usain Bolt também havia de fazer história.Tornou-se no homem mais rápido do mundo ao correr 100 m em 9’ 58’’.

 O breakfast fun foi animado. Até o sol, que mais parecia o de um verão bem português,

ajudou.

 À tarde foi o levantamento do dorsal. Passaporte para a grande prova do dia seguinte.

 O, também histórico aeroporto Tempelhof,os menos novos lembram-se bem dele durante a ponta aérea, talvês no primeiro sinal do que viria a ser a Guerra Fria, entre o ocidente e o leste, lá estava à nossa espera com o famoso bombardeiro.Também lutou pela liberdade

em 1943/45.

 A prova de patins em linha, novamente em Brandenburg gate,foi deslumbrante tanto quanto a velocidade dos seus concorrentes.E eu que sempre pensei que bricavam!!!

 O dia seguinte aproximava-se.

 E começou cedo.Às 6 da manhã.

Pequeno almoço contido, como recomendam os manuais, pois a ardua tarefa aguardava-me.

Ás 8 horas, entrada para o recinto.O ambiente era fervilhante.Manhã primaveril, bandeiras a esvoaçarem ao sabor da leve brisa.Reconfortante diga-se.

 A avenida da partida, era uma imensidão oceânica de gente.Toda ela em polvorosa.

 E eu também.

 Sôa o tiro de partida.Até atingirmos a start line, demoramos uns longos 8 minutos, e em passo lento!

 Não é exagero dizer que durante 30 kms(!) a lentidão da prova reinava, tal era a quantidade de atletas.Talvês tivesse sido esta a razão do meu bom tempo,passe a imodéstia,

3h e 50’.

    2 anos atrás, em Paris, tinha de gasto 4h e 7’.

 Por fim a chegada, com a passagem pelo simbolo, outrora da dividão da Alemanha e agora o simbolo da reunificação, Brandenburg gate.

 Foi, de facto, uma chegada apoteótica.Para mim e para cerca 29500 atletas.

A tarde foi de festa e verdadeiro convívio entre comunidades, outra vez.Entre os que se sentavam, os que se levantavam, riam, mediatavam, a cerveja e os cachorros, eram, também eles,reis em mesas, seguramente comunitárias de ocasião.

 Cada um contava a sua experència em terras berlinenses.

 À noite e para encerrar a cerimónia, os alemães são eximios no seu tarbalho, tivemos uma

excelente festa, anunciada para os infatigáveis, e era-mos muitos,no Goya Clube, pois então.

 Por fim, uma despedida calorosa com os meus amigos de prova, brasileiros do Rio, a quem lhes ofereci a bandeira das quinas.

 PS.como curiosidade, e por volta dos 35 kms, um atleta brasileiro questionou-me: ‘ como é que um português, a minha camisola assinaláva-o, corre com cores brasileiras?’.

   Bem, não tive tempo de retorquir.O ambiente era de festa mas rápido.

   Por último, e muito modestamente,tentei levar o nome do Sporting Clube da Cruz um bocadinho mais longe.Eu, também me chamo Cruz, mas com muito menos historia e nobreza que o S.C da Cruz.

 Um abraço e até uma próxima maratona (Estocolmo?). "